quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Olho Seco

A lágrima, também chamada filme lacrimal, faz parte da defesa natural do organismo, hidratando e levando nutrientes essenciais para a saúde da superfície ocular, eliminando impurezas, preenchendo as pequenas irregularidades desta superfície e nivelando-a para facilitar a refração dos raios de luz para a formação das imagens no interior do olho. Tem também a importante função de lubrificação, evitando o atrito das pálpebras durante o ato de piscar.

A produção lacrimal é contínua - secreção basal, que mantém constante a umidificação do olho. A secreção reflexa, aumenta a produção lacrimal e é desencadeada por irritações químicas, físicas e também por estímulos psicológicos e emocionais.


O que é secreção basal e reflexa?

A secreção basal é a produção constante de lágrima, cujo volume produzido normalmente durante o dia, é de 0,5 a 1 ml, suficiente para manter o olho úmido e lubrificado. O volume produzido é menor à noite. A secreção reflex é a produção de grande volume de lágrima e ocorre em resposta à estimulaçãp da córnea e/ou conjuntiva. A secreção reflexa ocorre em ambos os olhos, mesmo que apenas um tenha sido estimulado.

 

Como a lágrima é eliminada?

Após umidificar e lubrificar a superfície ocular, 50% da lágrima se perde através da evaporação. Uma parte da secreção basal é absorvida na conjuntiva e mucosa que reveste todo o interior das vias lacrimais. Somente o volume excedente de lágrimas atinge a cavidade nasal, passando através dos pontos lacrimais (70% pelo ponto superior e 30% pelo ponto inferior), pelos canalículos, saco lacrimal e ducto nasolacrimal. Existe um mecanismo de bombeamento que é responsável pela excreção do filme lacrimal, envolvendo as pálpebras através do piscar.

 

Por que piscamos?

O ato de piscar, que ocorre numa frequência definida, tem a função de distribuir a lágrima pela superfície ocular e também facilitar o bombeamento das lágrimas pelas vias de drenagem, que escoam para a cavidade nasal.

 

Quais as funções da lágrima?

As principais funções do filme lacrimal são:

  • Refrativa: criar uma superfície óptica uniforme, regularizando a superfície corneana;
  • Lubrificante: umidificar a córnea e conjuntiva, proporcionando conforto ao piscar;
  • Antimicrobiana: remover germes através da constante irrigação e pela ação das lisozimas, globulinas e lactoferrinas;
  • Nutritiva: trazer nutrientes e oxigênio para as células da córnea e conjuntiva, removendo detritos e gás carbônico; e
  • Defensiva: dificultar a aderência de corpos estranhos e microorganismos à superfície ocular, trazendo leucócitos à córnea

em casos de infecção.

Quais as queixas ou sintomas do portador de olho seco?

O olho seco pode apresentar uma gama de sintomas que podem variar desde a ausência de sintomas até, em quadros graves, de grande sintomatologia. Os sintomas associados ao olho seco são bastante inespecíficos. As queixas ou sintomas incluem: “queimação” ocular ou sensação de ardência, olho vermelho, prurido, secreção, sensação de corpo estranho ou “areia”, dor, “sensação de olho seco”, fotofobia, infecções de repetição, peso palpebral e fadiga ocular. Os sintomas caracteristicamente apresentam uma flutuação diurna e se agravam em certos ambientes e com certas atividades (uso de computadores, ar condicionado, fumo, clima quente e seco, etc.).

 

O que pode ocasionar a síndrome do olho seco?

Existem alguns fatores que podem influir nos sintomas do olho seco:

  • Idade: o envelhecimento produz uma atrofia das glândulas lacrimais acarretando um fluxo menor de lágrima. A flacidez palpebral senil também é um fator de desentalibilização do filme lacrimal. Estes pacientes costumam ser mais sensíveis a alterações externas que podem provocar sintomas de olho seco.
  • Sexo: alterações do equilíbrio de estrógenos/andrógenos podem predispor ao aparecimento de olho seco, como o que acontece durante a gravidez, menopausa e uso de contraceptivos hormonais.
  • Trabalho: a frequência do piscar pode diminuir de acordo com a atividade do indivíduo. Por exemplo, ela é menor durante a leitura, quando se trabalha diante da tela de um computador e outras atividades que requerem atenção (filmes,games, etc).
  • Meio ambiente: os ambientes secos, poluídos, o frio, a calefação, o ar acondicionado e as cabines pressurizadas contribuem para desestabilizar o filme lacrimal.
  • Medicamentos: vários medicamentos sistêmicos produzem uma diminuição das secreções exócrinas, exacerbando os sintomas do olho seco. Topicamente, a toxicidade de alguns conservantes utilizados em colírios destrói a parte gordurosa da lágrima, favorecendo sua evaporação.
  • Irregularidades da superfície ocular: qualquer elevação ou depressão na superfície ocular pode causar uma quebra na distribuição uniforme do filme lacrimal, levando aos sintomas de olho seco.

O que fazer?

O paciente deverá procurar um médico oftalmologista, que confirmará o diagnóstico e verificará qual a causa ou fator que está sendo responsável pelo olho seco, instituindo então, o tratamento apropriado.



Fonte: Allergan

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


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A importancia da Retinografia em Mosaico

Como toda nova tecnologia, devemos comparar as vantagens e o custo benefício de sua utilização. Quando levamos em conta a prevenção de doenças oculares, a contabilização do custo do exame perde o seu sentido, pois a prevenção permite a manutenção da vida normal do paciente e preserva a sua capacidade de trabalho e de interagir com o ambiente. Abaixo temos a comparação da Retinografia colorida normal e da em Mosaico.

Acima temos uma imagem normal de uma retinografia colorida, que é fundamental para acompanharmos as alterações do fundo do olho, do nervo ocular, da mácula, da disposição dos vasos e da constituição das fibras nervosas e do epitélio pigmentar da retina.

Nesta outra imagem do mesmo paciente, além do fundo do olho, foram realizadas outras imagens que foram agrupadas digitalmente pelo software ImageNet da Topcon. Vemos uma lesão fora do polo posterior, que em uma retinografia colorida simples não seria detectada. O simples registro permite acompanhar a evolução da lesão por anos e verificar alterações que necessitem de intervenção médica. As imagens foram obtidas pelo Retinógrafo não Midriático TRC-NW8 da Topcon, do consultório do Dr. Marco A. Olyntho.
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Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

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São José do Rio Preto - SP


Mosaico da Retina

A Oftalmologia é uma especialidade que está diretamente ligada a imagens, mas apesar disso são raros os especialistas que dispõem de equipamentos adequados para o registro de imagens. Em muitos casos, como no Glaucoma, doença neurológica que provoca a perda das fibras nervosas da retina, uma imagem do fundo do olho comparada com outra em um intervalo de 2 a 3 anos, pode ter variações que permitem o diagnóstico muitos anos antes da doença provocar algum sintoma, que em muitas vezes é a perda irreversível do campo visual ou até mesmo da visão. Ao lado uma retinografia colorida obtida pelo retinógrafo TRC-NW8 da Topcon, que permite a obtenção de imagens sem a necessidade do uso de colírios para a dilatação ocular, chamado Retinógrafo não midriático. Um exame como este, feito de rotina pelo Dr. Marco A. Olyntho em seu consultório, pode ser realizado em aproximadamente 10 minutos, o que possibilita a sua obtenção durante a consulta de rotina, sem o desconforto da dilatação, que geralmente impossibilita a execução de atividades habituais como a leitura após a sua utilização.
A retinografia, quando comparada com o exame de fundo de olho numa próxima consulta, permite a detecção de alterações que em uma consulta normal sem a imagem, poderia ser considerado como normal.

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Lentes de Contato anti-UV evitam danos aos olhos

Um estudo envolvendo lentes de contato com proteção anti-UV mostrou que elas podem reduzir ou eliminar os problemas causados pela exposição aos raios ultravioletas emitidos pelo sol. Este estudo foi publicado na revista Investigative Ophthalmology & Visual Science, com o título "Prevention of UV-Induced Damage to the Anterior Segment Using Class I UV Absorbing Hydrogel Contact Lenses".

A exposição continuada a radiação ultravioleta pode provocar danos aos tecidos oculares, como exemplo a córnea, conjuntiva e o cristalino. Neste último, é um dos principais fatores desencadeantes da catarata, provocando redução progressiva da acuidade visual e uma das principais causas de cegueira, principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil. Felizmente pode ser revertida com uma cirurgia chamada facoemulsificação. O que as pessoas desconhecem é a importancia de proteger os olhos dos efeitos nocivos dos raios solares e o grande risco que correm em se expor sem uma proteção adequada.

No estudo ratos foram expostos a radiação ultravioleta diariamente, com uma intensidade semelhante a um dia inteiro de exposição solar para seres humanos, quantidade suficiente para causar mudanças na córnea. Os ratos que utilizavam um tipo especial de lente de contato ( Senofilcon A ) , não foram afetados pela exposição de raios ultravioletas.

A cientista que fez a pesquisa, a Dr. Heather Chandler, do Ohio State University, disse que usar óculos escuros, boné ou chapéu, pode não proporcionar uma proteção adequada aos raios UV, e associar uma lente de contato com esta proteção pode ser uma forma prática para evitar estes problemas para as pessoas que se expõem muito aos raios solares. Ela lembra que, como a pesquisa avaliou os efeitos agudos da radiação, os efeitos do uso a longo prazo podem ser significativos na prevenção de diversas doenças oculares provocadas pela absorção dos raios UV, o que deve ser avaliado em um outro estudo.

Vale lembrar que nem todas as lentes de contato disponíveis possuem proteção anti-UV, e a escolha de uma lente apropriada para isto deve ser feita com base em uma adaptação correta em um consultório por um oftalmologista habilitado. O uso indiscriminado de lentes de contato, ou que não tenha sido adaptada corretamente, pode provocar doenças oculares que se não tratadas levam a perda da visão. Por outro lado, as lentes de contato, quando bem indicadas e adaptadas, propiciam uma visão igual ou superior a proporcionada pelos óculos, e conforme o estudo, podem prevenir uma série de doenças pelo bloqueio da radiação ultravioleta.



Fonte: Association for Research in Vision and Ophthalmology (ARVO)

 

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Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

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