sábado, 15 de janeiro de 2011

Lifting, botox... óculos?!?

O dilema da Mulher contemporânea.

A medicina é uma das áreas do conhecimento que mais se renovam com o passar dos anos. A queda de tabus, a descoberta de novos medicamentos, a engenharia genética e diagnósticos mais precisos nos levou a quebrar diversas barreiras. Mas há um obstáculo em especial que o homem luta incessantemente há milênios para quebrar e que por enquanto conseguimos somente ludibriar, uma guerra desigual entre a vaidade da mulher e o tempo - o envelhecimento.

Temos um arsenal incrível de possibilidades para frear o passar dos anos em nosso organismo, mas nosso conhecimento ainda não é suficiente para que possamos dizer “é isto que me fará envelhecer mais lentamente”. Se não conseguimos frear o que acontece a nível celular, a melhor maneira é partir para as “terapias alternativas”, e aí temos os lasers, o botox, os implantes de silicone, os cosméticos e a cirurgia plástica, entre outras, que procuram “suavizar” os efeitos provocados pelo tempo.Mas aí, ao nos colocarmos a frente do espelho para checar se aquela ruguinha no canto do olho desapareceu com a última injeção de botox, vemos, ou melhor, não vemos sem o auxílio daqueles óculos de leitura ou multifocais que denunciam os anos que acabamos de apagar.

E como fazer para “eliminar” esta testemunha de nossos anos? Não apenas as terapias do rejuvenescimento avançaram, mas as formas de corrigir os erros da visão também evoluíram bastante, o que nos permite substituir os óculos por formas alternativas, e muitas vezes, mais eficiente de correção. Uma delas é a substituição dos óculos por lentes de contato.

O desenvolvimento de novos materiais, que permitem uma maior oxigenação da córnea e maior hidratação aumentaram o conforto para uso prolongado, o que é muito importante, pois o uso de uma lente incorreta, principalmente para as mulheres na menopausa, que sofrem mais com o olho seco devido as mudanças hormonais, pode causar um desconforto que prejudica o seu uso, e é muito comum receber pacientes com este problema. Há lentes de contato que corrigem a visão para perto e para longe, e são chamadas de lentes multifocais ou bifocais, que permitem uma visão perfeita em qualquer ocasião. Outra maneira de corrigir é através da monovisão, onde pacientes que não precisam de óculos para longe, somente para perto, podem utilizar uma lente de contato para perto apenas em um olho. É uma solução para as mulheres que desejam uma visão perfeita ao ir a um restaurante ou a uma festa. Há também a possibilidade de utilizar lentes corretivas coloridas, mudando a cor dos olhos para o azul, verde, mel, etc. E aí é só se colocar a frente do espelho, hábito bem feminino, sem medo da verdade... E sem molduras.

A cirurgia refrativa é outra possibilidade. A utilização de correção monocular é uma forma de permitir a visão em todos os momentos sem a utilização de óculos. Há a cirurgia refrativa para a presbiopia (problema que você percebe ao esticar os braços para conseguir ler), que cria o mesmo efeito das lentes de contato multifocais na córnea, mas em definitivo.

Para as mulheres que possuem dificuldade para enxergar mesmo com os óculos, deve-se avaliar a presença de catarata, que se identificada, pode ser removida e ter uma lente intraocular implantada para corrigir a visão. Pode ser utilizado o sistema da monovisão, semelhante as lentes de contato, com visão para longe no olho dominante e para perto no olho não dominante, e o implante de lente intraocular multifocal, onde haverá correção equivalente em ambos os olhos.

Apesar das inúmeras possibilidades de correção, é importante lembrar dos cuidados com o nosso corpo, que se refletem na visão. Manter uma vida saudável, com atividades físicas regulares, alimentação rica em vitaminas e evitando comportamentos de risco, como o uso de drogas como o cigarro, propiciará uma visão perfeita que sofrerá menos com os efeitos da idade.

Mas aqui vai um comentário bem pessoal, nem mesmo a idade tira o encanto de uma mulher corajosa que, com óculos ou lentes de contato, encara o espelho e a vida sem o fantasma do envelhecimento. Isso dá para perceber pelo brilho nos olhos, afinal, segundo o velho ditado, os “olhos são o espelho da alma”!

 

Saiba Mais

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP

Mãe, uma mudança de Visão

Ser mãe é algo divino e indescritível, é abrigar em seu ventre uma nova vida que durante nove meses compartilhará de seu corpo e necessitará da sua energia para sobreviver, mesmo após o nascimento e por muitos anos ainda esta dependência se manterá, seja ela física, emocional e ou espiritual.

Este momento mágico, onde é unísono o sentimento de mudança de visão do mundo após gerar uma nova vida, é acompanhado de muita ansiedade e expectativa, tanto pelos 9 meses que se seguem até o parto quanto pela vida que terá este novo ser após a sua chegada.

Da mesma forma que uma mulher face a maternidade encara a vida de uma forma diferente, o seu corpo concomitantemente atravessará uma cascata de mudanças hormonais e nunca mais será o mesmo. Os olhos, por exemplo, passam por muitas mudanças durante a gestação, e isto acaba gerando ansiedade para a mãe, que geralmente foca sua atenção nos cuidados próprios da gestação. A maioria destas mudanças são reversiveis, mas outras necessitam ser tratadas.

Os sintomas são muito variados durante a gravidez. Um dos sintomas mais comuns é a visão borrada. A visão, em decorrência da mudança dos fluidos do corpo, se altera principalmente pelo inchaço de algumas estruturas oculares. A nova mãe geralmente reclama que o seu óculos, com os quais enxergava muito bem, de repente se tornaram fracos ou inúteis. A visão flutuará bastante durante os nove meses, e geralmente voltará ao normal algumas semanas após o parto. Não é aconselhado trocar os óculos neste período, pois eles exercerão sua função adequada por um curto período de tempo.

Outra queixa bastante comum é a intolerância as lentes de contato. Isto ocorre porque a córnea, a parte da frente do olho onde as lentes ficam apoiadas, se torna muito sensível devido ao inchaço. Este desconforto desaparece também após o parto. Também é comum a fotofobia, que é a sensibilidade exagerada a luz, e que pode estar associado, tanto a mudança da visão, quanto a enxaqueca que é bastante comum nesta fase em decorrência das mudanças hormonais.

Doenças pré-existentes como o Diabetes e a Hipertensão Arterial também podem piorar durante a gravidez. A descompensação do Diabetes pode trazer problemas não somente para a mãe quanto para o bebê. A Retinopatia Diabética, alteração da retina que acontece nesta doença, pode evoluir mais rapidamente. A Hipertensão Arterial ou quadros mais graves como a Pré-eclampsia e a Eclampsia também podem trazer transtornos para a visão e até mesmo o descolamento de retina, que deve ser tratado com urgência.

O Glaucoma é uma doença rara durante o período pré-natal, geralmente acometendo as pessoas na terceira idade, caracterizado por uma doença neurológica que afeta o nervo óptico podendo estar relacionado com o aumento da pressão dos olhos. A sua importância neste período é devido aos colírios, que passam para a circulação arterial e chegam até o feto. Nestes casos o oftalmologista pode avaliar e substituir os colírios por outra forma de baixar a pressão dos olhos e acompanhar a evolução da doença. Em alguns casos pode ser necessário a aplicação de laser ou até mesmo cirurgia, o que costuma ser procedimentos seguros tanto para a mãe quanto para o feto.

Quando a visão se torna distorcida, dificultando a identificação de um rosto, por exemplo, ou uma baixa de visão repentina, pode ser devida a um acomentimento da mácula, região responsável pela visão central, e é chamado Coroidoretinopatia Central Serosa. A sensação de estar dentro de um túnel, pela perda da visão dos lados, pode ser devido a um adenoma de hipófise, região responsável pelo controle hormonal e próximo ao nervo óptico. Estes são transtornos raros que podem ser diagnosticados e tratados adequadamente.

Assim como o pré-natal é essencial para o bom desenvolvimento do feto, a mãe não deve descuidar da sua saúde. A consulta de rotina ao seu oftalmologista pode solucionar uma série de sintomas que poderiam criar uma ansiedade desnecessária, além de que qualquer medicamento, por mais banal que seja, deverá ser prescrito por um médico em decorrência da nova vida que está se formando.

Como homem, pai e médico, deixo aqui minha admiração pelas mulheres, que por um presente Divino, se tornam Mães.

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


Pequenos Cuidados Fazem a Diferença

Comemoramos este mês o dia dos Pais e nada mais justo que presentearmos àquele que nos mostra o mundo e nos dá força nos momentos de tormenta, e para estes que recebem esta dádiva o maior presente é ter a familía reunida. Para nós filhos é momento de confraternizar com quem se dedicou para a nossa formação, e que muitas vezes já não podemos contar no dia a dia devido ao fluxo natural da vida.

É um momento importante para observarmos como nossos “velhos” estão vivendo, suas necessidades e dificuldades, que não imaginamos devido a idealização natural de nossos super-heróis. O passar dos anos nos impõe restrições nos pensamentos, no deambular, na iniciativa e literalmente, na forma como vemos o mundo.

Segundo um estudo da Health Promotion England, um organismo britânico de fomento a saúde, a baixa visão é uma das principais causas de limitação aos hábitos normais dos idosos, como a habilidade de desempenhar suas atividades habituais, a movimentação diária, o convívio social e a qualidade de vida.

As limitações se iniciam com o aparecimento da presbiopia, alteração na visão que começa a se instalar dos 35 aos 45 anos e que avança progressivamente, reduzindo a capacidade de focar os objetos próximos e compromentendo a leitura. É um processo natural do envelhecimento da nossa visão, sendo que por volta dos 60 anos praticamente não temos mais esta capacidade, que pode ser corrigido com óculos apropriados.

Nesta fase necessitamos praticamente 3 vezes mais luz no ambiente do que necessitamos aos 20 anos, portanto é importante que avaliemos o ambiente em que nossos pais vivem. Uma iluminação que é adequada para nós pode ser insuficiente para que eles consigam desempenhar suas funções habituais, como andar com segurança dentro de casa, ler um livro ou a bula de um medicamento.

O uso de óculos se torna necessário para praticamente 98% desta população, assim como há o aparecimento de alterações oculares e doenças como a catarata, que turva a visão progressivamente, e muitas vezes é percebida quando não se consegue mais reconhecer as pessoas próximas ou ver uma placa de trânsito ao dirigir um carro. O glaucoma leva a perda do campo visual periférico, o que deixa nossos pais vulneráveis ao ambiente, como ter dificuldades para atravessar uma rua por não conseguir ver um carro vindo em sua direção; degenerações retinianas provocadas pela idade ou por doenças sistêmicas como o diabetes, assim como problemas mais raros como tumores, são problemas que podem ser tratados ou prevenidos com a visita ao oftalmologista.

Peço licença a meus leitores para relatar a história de um paciente, que mesmo vivendo distante e com uma saúde perfeita, me procurou com algumas queixas de alteração na visão, mesmo enxergando bem com seus óculos. Solicitei um exame chamado campo visual, que avalia a visão periférica, essencial para a avaliação de pacientes com glaucoma. O exame apresentou pequenas alterações que sugeriram um problema que não estava no olho. Ao solicitar uma ressonância magnética, um exame que avalia com maior precisão os órgãos e suas partes, foi diagnosticado um pequeno tumor no cérebro comprimindo o nervo óptico, que mesmo com sua característica benigna, estava crescendo, necessitando de uma cirurgia. Infelizmente houveram algumas intercorrências desta cirurgia e o paciente ainda está na UTI de um hospital em São Paulo, há 4 meses em coma. Este paciente é o meu pai, e por ele peço aos filhos um olhar mais atento as “pequenas queixas” de seus pais.


 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


Uma Janela para o Cérebro

Quando um oftalmologista examina o fundo do olho de um paciente ele está vendo ao vivo e em cores uma parte muito bem protegida do nosso corpo, o cérebro. A nossa visão começa com a captação das imagens que vemos por células especiais chamadas fotorreceptores. Quando a luz as atinge desencadeia uma cascata de reações químicas que fará com que este estímulo se transforme em impulsos elétricos que viajarão pelas fibras nervosas. Estas fibras, que são como fios elétricos, se conectam com os fotorreceptores e conduzem estas informações até o cérebro, mais precisamente para o lobo occipital, que fica na porção mais posterior do cérebro, onde as informações recebidas serão interpretadas, analisadas e comparadas com o que já temos armazenado, e somente após tudo isso, que ocorre em milionésimos de segundo, é que realmente vemos.

Quando examinadas, as fibras nervosas presentes na retina podem nos dar sinais do que está acontecendo com o cérebro, e dependendo do exame, podemos precisar com uma certa segurança, a região afetada. Um problema extremamente sério e que pode ser diagnosticado no exame do fundo de olho é o papiledema, que é o inchaço da papila, região por onde as fibras saem do olho para se dirigirem ao cérebro, devido ao aumento da pressão dentro da cabeça, podendo levar a morte se não tratado adequadamente. Como o cérebro está contido dentro do crânio, não há como aliviar esta tensão, assim o nervo óptico recebe esta pressão e o resultado pode ser avaliado pelo exame oftalmológico.

Outras doenças podem afetar as fibras da via óptica em virtude do longo trajeto que percorrem. Logo após sair da órbita, local onde os olhos e seus músculos estão localizados, o nervo óptico perde a sua proteção e entra no crânio. Passa próximo a hipófise, parte do cérebro responsável pela produção de diversos hormônios que fazer nosso corpo funcionar adequadamente. Tumores nesta região afetam a visão de diversas maneiras, dependendo do tamanho e da parte da via óptica comprometida. Podem ser benignos, como o adenoma e o craniofaringioma, ou malignos, podendo ser locais ou de outras partes do organismo. Geralmente não são diagnosticados por visualização direta do nervo óptico, a não ser que já comprometam as fibras por um longo período. Um exame que mede a funcionalidade das fibras, chamado campimetria computadorizada, pode fornecer informações importantes sobre o local e a intensidade do comprometimento.

Outras formas de compressão podem afetar os neurônios responsáveis pela visão. Aneurismas, que são dilatações anormais dos vasos, podem comprimir e provocar o aparecimento de sintomas. Outros tumores também podem comprometer as fibras nervosas em seu trajeto até o lobo occipital, assim como acidentes vasculares, conhecidos como derrames, provocando alterações temporárias ou até mesmo definitivas. Além do comprometimento direto da visão, pode ocorrer alterações no formato das pupilas, atrofia de áreas específicas do nervo óptico, alteração na posição dos olhos, visão dupla ou borrada, ou até mesmo incapacidade de interpretar o que está vendo. Exames como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética auxiliam no diagnóstico.

Conforme comentei no último artigo, meu pai foi acometido por um craniofaringioma e infelizmente faleceu na semana seguinte ao dia dos pais. Gostaria de agradecer as mensagens de apoio e as orações dedicadas a ele, a quem dedico este artigo


 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP

Um Ano de Visão

O ano que se encerra foi um ano especial para a Oftalmologia. Tivemos muitos avanços em materiais, equipamentos e novos tratamentos para a reabilitação da visão. Neste ano houve o lançamento de uma nova lente para a cirurgia de catarata que há anos observávamos a distância, e que agora chegou ao nosso país. A nova lente sofreu aperfeiçoamentos nos últimos anos e a nova geração promete devolver com maior qualidade a visão para perto nos pacientes submitidos a cirurgia de catarata. Utilizando um sistema sofisticado, a nova lente se movimenta dentro do olho do paciente permitindo que a luz seja focada na retina ao olhar para longe e para perto, o que propicia uma visão perfeita sem a necessidade de usar óculos.

Para a cirurgia refrativa, que consiste na correção das alterações que prejudicam nossa visão para perto e para longe, como o astigmatismo, a miopia, a hipermetropia, com o tratamento da córnea para “regularizar” a forma como enxergamos, vimos a consolidação da utilização do laser no refinamento desta técnica. Com o desenvolvimento de um laser mais preciso, hoje é possível a substituição das lâminas de aço ou diamante para a confecção de retalhos ou aberturas na córnea pela nova tecnologia chamada Femtosecond laser. Sem tocar na córnea, este laser permite a confecção de aberturas precisas que são impossíveis pelos métodos tradicionais. Esta tecnologia está disponivel em nossa cidade quase simultaneamente ao resto do mundo graças ao empreendedorismo do renomado Dr. Carlos Figueiredo, que colocou esta nova tecnologia a disposição de todos os oftalmologistas para que possam oferecer a seus pacientes um tratamento de primeiro mundo.

 

Mas não apenas avançamos na tecnologia de ponta. Este foi o ano em que o AME, o Ambulatório Médico de Especialidades, baseado em nossa cidade no Hospital Estadual João Paulo II, administrado pela Associacão Lar São Francisco, tornou-se referência em Oftalmologia em nossa região. Oferecendo o que chamamos de padrão ouro, os pacientes do SUS recebem os mesmos cuidados oferecidos pelos melhores convênios médicos da região, como cirurgias de catarata com a utilização de lentes dobráveis, cirurgias de retina e glaucoma com a melhor tecnologia disponível, além de disponibilizar exames especializados para o diagnóstico das mais diversas enfermidades oculares. Além do diagnóstico, a população mais carente tem a sua disposição os colírios de uso contínuo para tratamento de doenças oculares, o que permite que se obtenha o tratamento adequado destas enfermidades que podem levar a cegueira.

Para finalizar gostaria de desejar a todos um final de ano com muita saúde e paz, e que no convívio de seus familiares e amigos iniciem um ano repleto de prosperidade e realizações. Também gostaria de agradecer aos colegas, colaboradores e pacientes que me acolheram nesta cidade e aos leitores que me prestigiaram durante este ano.

Leia também

Lifting, botox... óculos?!?

Catarata – Reabilitando a Visão

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


Sol é saúde!

Janeiro significa sol, piscina, praia, férias. É o momento da viagem em família, confraternização com os amigos, momentos ao ar livre tão aguardados durante o ano todo. E o sol, importante fonte de energia para o nosso planeta, também é imprescindível para a nossa saúde.

Os raios solares, quando atingem a nossa pele, promovem a produção de uma importantíssima substância, a Vitamina D, que apresenta funções semelhantes a de um hormônio e é responsável pela absorção e equilíbrio do cálcio em nosso organismo, imprescindível para a formação de ossos e dentes. Além dos ossos, recentemente foi descoberto a sua ação no nosso sistema imune, no coração, na secreção de insulina pelo pâncreas e no cérebro.

No cérebro, a luz atua na produção de melatonina, hormônio produzido pela glândula pineal responsável pela regulagem do sono e vigília. Com o aumento da luz solar em janeiro, ocorre a inibição da produção desta substância, o que permite a regulagem do período em que ficamos acordados e em que dormimos. Assim ocorre o restabelecimento do equilíbrio dos neurotransmissores no cérebro, auxiliando na melhora da atenção, na redução do estresse e na redução dos casos de depressão.

Também há evidências da ação da luz solar sobre o aparecimento da miopia. Estudos realizados na Ásia mostraram que há um aumento dos casos de miopia, que é a dificuldade para enxergar para longe, em crianças que ficavam expostas menos de 2 horas por dia a luz natural.  A incidência era menor nas crianças que desenvolviam atividades ao ar livre.

Mas há também os efeitos nocivos. Dependendo do horário e do tempo que ficamos expostos ao sol podemos sofrer os efeitos deletérios da radiação ultravioleta. Além do bronzeado, que percebemos nos primeiros dias, também estamos sujeitos aos efeitos cumulativos, observados após anos de exposição excessiva. O envelhecimento precoce é um dos sinais mais frequentes, assim como as manchas, sendo o câncer de pele o efeito mais grave, o que vem se tornando comum nos últimos tempos.

Nos olhos o efeito se mostra no aumento da vermelhidão e ardência, causado pela queimadura da conjuntiva, a pele que recobre os olhos, pela radiação ultravioleta. A longo prazo pode ocorrer o crescimento de uma pele em direção a córnea, que se chama pterígio, na verdade uma forma de proteção contra os danos causados pelo sol, mas que provoca desconforto ocular, comprometimento da visão e até mesmo ocasionando dor.

Nas estruturas mais internas no olho, a radiação causa o aparecimento precoce da catarata, que é a turvação progressiva da visão e que não melhora com o uso de óculos. Outro dano importante à visão é o comprometimento da região central da visão, a mácula, pela maior exposição a radiação UV, que não tem tratamento no momento.

Além da utilização criteriosa do sol, que é evitar a exposição nos períodos de pico (entre  as 10 horas da manhã e 3 horas da tarde, ou das 11 às 16 horas no horário de verão), o uso adequado de filtro solar na pele, utilizar chapéu ou boné e o uso de um óculos de sol com proteção ultravioleta são priomordiais para garantir a nossa saúde e a de nossos filhos.

 

 

Leia também

O Verão e o cuidados com os Olhos

Lentes de Contato anti-UV evitam danos aos olhos


 

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology


domingo, 9 de janeiro de 2011

Nintendo alerta sobre os riscos de jogos 3D para crianças

A Nintendo emitiu um alerta na última semana sobre os riscos da utilização de jogos eletrônicos em 3D para crianças menores de 6 anos, tecnologia que a empresa pretende lançar em breve no Japão e que ainda não está disponível no mercado.

Segundo a empresa japonesa, crianças com 6 anos de idade ou menos não devem utilizar jogos em 3D no console de mão Nintendo 3DS, ainda não lançado, devido ao risco das imagens em 3 dimensões poderem causar danos ao desenvolvimento da visão se utilizada por longos períodos de tempo.

Diferente dos cinemas em 3D e televisores que necessitam de óculos especiais para permitir o efeito tridimensional das imagens, o novo console Nintendo 3DS promete ser um dos primeiros produtos no mercado a gerar este efeito sem a utilização destes óculos.

Ainda não está claro qual é o risco para a saúde na utilização de imagens geradas em 3D sem óculos em relação àquelas obtidas com a utilização destes. A Sony, outra fabricante japonesa de produtos eletrônicos que utiliza a tecnologia 3D com a utilização de óculos, também alerta seus usuários quanto aos riscos potenciais à saude, segundo o Washington Post. O porta voz da companhia disse que não há evidências médicas sobre os efeitos negativos da visualização de imagens em 3D. Outros fabricantes de produtos em 3D como a Samsung e Panasonic também alertam em seus websites sobre riscos potenciais à saúde de crianças.

Sintomas como náuseas e tonturas foram reportadas por várias pessoas que assistiram filmes em 3D desde quando estes foram lançados em 1950. Nesta época o efeito era gerado através da utilização de óculos bicolores feitos de papel. A tecnologia evoluiu para óculos com lentes especiais polarizadas ou que são ativadas sincronicamente com as imagens apresentadas, gerando um efeito mais real e com menos desconforto visual.

Apesar do alerta da indústria, oftalmologistas dizem que não há provas que imagens geradas em 3-D, com ou sem óculos, possam causar qualquer problema ao desenvolvimento da visão. Segundo o Dr. Steven E. Rosenberg, oftalmologista pediátrico do New York Eye and Ear Infirmary, imagens em 3D geradas em telas, com ou sem óculos especiais, funcionam da mesma maneira ao mostrar imagens separadas no olho direito e no esquerdo, sendo que o cérebro combina as duas imagens para criar uma imagem em 3D. Ele disse que não há razões para acreditar que o desenvolvimento da visão possa ser diferente para quem observa estas imagens.

Um outro especialista, o Dr. Lawrence Tychsen, professor de pediatria e oftalmologia da Washington University, realizou experiências para avaliar o impacto das imagens em 3D em macacos Rhesus. Durante 3 meses, macacos bebês utilizaram óculos 3D observando imagens em uma tela. Após este período a visão destes macacos foram avaliadas e comparadas com outros macacos, e não houve mudança alguma no desenvolvimento da visão.

Mas há outras teorias sobre o risco à visão se houver uma utilização extrema destas imagens. Segundo Kristina Tarczy-Hornoch, diretora do Vision Development Institute no Children's Hospital Los Angeles, é possivel que a utilização por muitas horas provoque algum efeito no desenvolvimento normal da visão binocular.

Acredita-se que a recente preocupação da indústria com esta nova tecnologia se deva aos diversos casos reportados de indução de crises epiléticas em usuários portadores deste mal. A exposição a flashes de luz, presentes em video games, desencadeava a crise em crianças susceptíveis.

Não existe provas científicas que justifiquem a preocupação dos fabricantes de equipamentos eletrônicos com a utilização das imagens em 3D por crianças. O que preocupa vários especialistas é a utilização extrema destas tecnologias por tempo prolongado e a enorme quantidade de informação recebida e processada por estas crianças. Talvez a grande pergunta seja: Você gostaria que seu filho fique imerso em seu video game, 3D ou não, ao invés de interagir com o ambiente em que vive?

 

Fonte: New York Times, Washington Post

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP