segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Catarata – Reabilitando a Visão

O olho humano se assemelha a uma câmera fotográfica. A lente que faz o zoom e serve para focalizar os objetos tanto longe como perto recebe o nome de cristalino e está localizado atrás da íris, que confere a cor aos olhos e serve para regular a quantidade de luz. O cristalino sofre alterações durante toda a vida, e em geral após os 40 anos há perda da capacidade de focalizar os objetos para perto, sendo necessário compensar esta dificuldade com óculos. Outra alteração que esta lente pode apresentar é a perda da transparência, o que é chamado de catarata. Estima-se que 50% das pessoas acima de 60 anos possuam este transtorno, mas pessoas mais jovens também podem ser acometidas em decorrência de doenças como a rubéola.

A catarata leva a uma perda gradativa da visão, e muitas vezes só é percebida quando limita a realização de tarefas habituais, como dirigir ou assistir televisão. É comum a queixa de halos ao olhar para a luz ou dificuldade para perceber cores no estágio inicial, até a completa incapacidade de enxergar, levando a uma cegueira que pode ser tratada com a remoção do cristalino defeituoso, substituindo-o por uma lente. Com uma lente adequada é possível corrigir a visão para longe, e com a utilização de lentes especiais, até mesmo a visão para perto.

A cirurgia de catarata pode ser feita de diversas maneiras. A cirurgia tradicional é conhecida como extracapsular, ou seja, é feito uma abertura no olho que permite a remoção do cristalino inteiro. Após a remoção é inserida uma lente e dado pontos para o fechamento da incisão. Esta cirurgia é feita mundialmente e de custo baixo, não necessitando de equipamentos muito sofisticados, mas unicamente da habilidade do cirurgião.

Outra forma de se remover a catarata é através da facoemulsificação. Nesta técnica o cirurgião utiliza um aparelho de ultrassom para fragmentar o cristalino em pequenos pedaços que são aspirados por uma cânula através de uma incisão de 3,2 mm ou menor. Geralmente não é necessário dar pontos e a lente é introduzida no olho dobrada através da mesma incisão. No Brasil esta técnica ganhou força a partir da década de 90, sendo que um dos precursores desta técnica, o Dr. Benicio Dini de Mendonça, foi um dos primeiros a trazer esta tecnologia para a região e a utilizá-la para operar pacientes nas campanhas de catarata na cidade de Ibirá, que dispõem dos equipamentos e materiais especiais necessários para a sua realização.

Apenas por curiosidade, hoje esta técnica está tão avançada que é possível, utilizando equipamentos adequados, remover o cristalino através de uma abertura de 0,7 mm, ou seja, da espessura de uma lapiseira. Esta técnica foi desenvolvida no DR.AGARWAL’S EYE HOSPITAL na Índia, onde outras técnicas revolucionárias estão sendo desenvolvidas para o tratamento de doenças oculares.

Muitos pacientes possuem a noção que a cirurgia de catarata é “simples” pois em poucos minutos de cirurgia e em alguns dias estão enxergando bem. Na verdade, conforme a tecnologia avança, mais complicada ela fica, em virtude das diferentes técnicas que podem ser utilizadas para o tratamento. Desta forma, a capacitação do profissional e o equipamento é muito importante para oferecer o tratamento mais adequado e com risco menor para a reabilitação da visão.


Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


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