segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A estação dos olhos secos

Estamos no outono e as chuvas começam a escassear, processo que se intensifica durante todo o inverno. Esta estiagem, além de preocupar os agricultores e pecuaristas, também preocupa as pessoas que são afetadas pela Síndrome do Olho Seco.
Esta síndrome pode ser causada por inúmeros fatores e doenças e costuma acometer mais as pessoas da terceira idade. Basicamente é causada pela falta de umidade e lubrificação inadequada do olho, e em virtude da variação da intensidade que os pacientes são acometidos, geralmente muitos ficam sem tratamento ou até mesmo desconhecem que a apresentam, sendo comum associá-la a alergias e infecções oculares.
Os sintomas mais comuns associados a síndrome do Olho Seco são a sensação de queimação, ardência, coceira, sensação de areia nos olhos, ressecamento, sensibilidade aumentada a luz e secreção de muco aumentada. Um sintoma muito comum e aparentemente contraditório é o lacrimejamento, que causa muito desconforto.
As lágrimas apresentam uma função muito importante para a saúde ocular, protegendo o olho contra os efeitos nocivos do ambiente, como as infecções, poeira e outras partículas aéreas. Também ajudam na visão, pois eliminam as imperfeições da córnea, mantendo-a clara e sem distorções, além de proporcionar uma sensação de conforto nos olhos em virtude da lubrificação. Mas todo este equilíbrio pode ser quebrado se qualquer porção que constitui o filme lacrimal for alterado.
Para proteger nossos olhos o organismo produz dois tipos de lágrima: as lágrimas basais, são as que protegem o olho e são produzidas por glândulas microscópicas presentes na conjuntiva; e as lágrimas reflexas, que são ativadas no caso de irritação ocular e nas emoções, são produzidas por outra glândula e servem para “lavar”os olhos. Estas últimas geralmente estão presentes nos pacientes com olho seco.
Os fatores que podem desencadear esta Síndrome são vários, sendo os mais comuns:
• O ambiente: clima seco, com vento, poluição, ar condicionado, locais fechados, etc.
• Medicamentos: na utilização de descongestionantes, antihistamínicos, tranqüilizantes, remédios para dormir e medicamentos para a hipertensão, entre outros.
• Doenças sistêmicas: é comum associado a artrite, lúpus, alergias e em doenças da pele.
• Faixa etária: na terceira idade, associado a menopausa, alterações na constituição das pálpebras, etc.

O diagnóstico pode ser feito durante a consulta oftalmológica ao se examinar o paciente na lâmpada de fenda. Os sintomas são importantes para se determinar a gravidade do problema, e muitas vezes são necessários recorrer a exames específicos.
O tratamento depende da causa, da gravidade e da associação com outras doenças. Para os casos mais leves e associados a condições ambientais a utilização de um umidificador de ambientes e desligar o ar condicionado podem ser suficientes. Pode ser necessário a utilização de colírios lubrificantes, sendo necessário analisar a tolerância e a gravidade para um tratamento correto. Nos casos mais graves ou associados a doenças sistêmicas, pode ser necessário a utilização de antibióticos, antiinflamatórios e outros métodos para um tratamento eficaz.
Vale lembrar que a Síndrome do Olho Seco apresenta sintomas que são comuns a outras doenças oculares, podendo até mesmo estar associada a elas. A avaliação por um oftalmologista é imprescindível para um tratamento eficaz e correto.

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


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