segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O Verão e o cuidados com os Olhos

Quando se pensa no verão, que apesar de iniciar somente no dia 21 de dezembro parece que já começou, o que vem a mente são os cuidados com a pele, o cabelo, as roupas de verão, o uso de bronzeadores e o tempo em que se fica exposto ao sol para adquirir aquele bronzeado desejado, e com a maioria das pessoas se esquecendo de um detalhe precioso, que é o cuidado com os olhos nesta estação do ano.

O sol é apenas um dos fatores de cuidados durante o verão. A exposição ao calor, a água da piscina e do mar, além das atividades ao ar livre também estão envolvidos na saúde ocular.
Quando estamos expostos a luz solar, além do calor, sofremos também os efeitos da radiação ultravioleta. Como na pele, que pela exposição excessiva pode provocar câncer, rugas, envelhecimento precoce e queimaduras, no olho também provoca danos pelo seu efeito imediato e cumulativo. Tanto na praia como na piscina, a radiação solar por incidência direta ou indireta, refletida pela areia, água e superfícies claras, pode provocar queimaduras oculares, o que causa vermelhidão, conjuntivite, dor e ardência ocular. A longo prazo a radiação solar leva ao desenvolvimento da catarata, uma alteração da transparência do cristalino que leva a redução da visão, além de degenerações na retina.
Para proteger os olhos é necessário a utilização de óculos de sol com proteção anti-UVA e anti-UVB, os dois tipos de radiação ultravioleta que mais estamos expostos. Os óculos são recomendados para adultos e principalmente as crianças, que são mais sensíveis, e junto com bonés e viseiras, devem ser utilizados durante todo o tempo de exposição ao sol. É imprescindível atestar a qualidade de bloqueio dos óculos de sol à luz ultravioleta, pois ao utilizar óculos sem esta proteção na verdade estamos aumentando a chance de lesões oculares, pois a redução da luz provoca a dilatação da pupila, o que aumenta a entrada de radiação.
No caso de queimadura ocular, é necessário a avaliação de um oftalmologista, pois a utilização de colírios sem indicação pode levar até mesmo a perda da visão.
No calor também aumentam os casos de conjuntivite, que podem ser devidos a água da piscina ou do mar, em virtude de alergia a substâncias químicas tóxicas como o cloro, que é extremamente irritante para a pele e mucosas, ou devido a alérgenos dispersos no ambiente, como pólens, poeira e ácaros. As conjuntivites podem ceder somente com a interrupção da exposição ao agente, ou é necessário o tratamento adequado, com o uso de colírios para alergia, ou no caso de conjuntivite infecciosas, com o uso de antibióticos e outros colírios específicos. No caso de irritação ocular, lavar bem os olhos com água limpa e o uso de um colírio lubrificante pode ser suficiente para sanar os sintomas.
A água do mar, e a piscina principalmente, podem conter bactérias, vírus e protozoários que provocam conjuntivites. O risco aumenta em usuários de lente de contato, sendo recomendado o uso de lentes de contato descartáveis diariamente, e caso suspeite de contaminação ou conjuntivite, evitar o seu uso até o desaparecimento dos sintomas. Um dos sinais deste tipo de conjuntivite são os olhos grudados pela manhã e a presença de secreção amarelada. Em virtude da possibilidade de contágio é necessário tratamento adequado e evitar o contato com outras pessoas.
Aproveitar o calor e o sol adequadamente é a melhor maneira de evitar problemas. Vale lembrar que o melhor período é antes das 10 horas da manhã e após as 16 horas, com os devidos ajustes do horário de verão, com óculos de sol, boné, protetor solar e um bom guarda sol para as crianças. Bom verão!

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP


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