segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Garantindo a Visão no Futuro

Os pais se preocupam com vários aspectos da saúde dos filhos, desde o pré-natal, logo após o parto, já sob os cuidados do pediatra e segue por toda a infância. Assim como a alimentação, os estímulos do ambiente e a prevenção das doenças comuns na infância são importantes para o desenvolvimento saudável. Para a visão não é diferente, principalmente porque não nascemos com ela totalmente desenvolvida, e o que e como enxergamos depende do desenvolvimento adequado desde os primeiros dias de vida até o início da vida escolar.

As doenças ou problemas que afetam os olhos neste período são raros, mas podem ser tratadas e com isso garantir uma visão normal. Entre os problemas mais c omuns diagnosticados estão o estrabismo ou olho torto; erros refracionais, como miopia, hipermetropia e astigmatismo; ambliopia ou olho preguiçoso e ptose ou pálpebra caída.

O estrabismo ou olho torto é uma das principais queixas dos pais e geralmente responsável pela primeira visita ao consultório. Geralmente o que se pensa ser estrabismo é na verdade um falso estrabismo e desaparece com o crescimento. O estrabismo verdadeiro é dificilmente percebido pela família e pode levar a perda da visão binocular, redução ou perda da visão de um dos olhos devido a falta de estímulo adequado. Esta perda é chamada ambliopia, e quando diagnosticada precocemente pode ser tratada com o uso de tampão no olho bom para estimular a visão do olho preguiçoso.

Os erros refracionais também podem causar ambliopia quando a diferença de grau é suficiente para privar a visão em um dos olhos. Isto é comum quando há uma diferença de grau muito grande de um olho para o outro suficiente para que o nosso cérebro precise intervir e “desligue” o olho com visão pior. O que enxergamos é a somatória da visão nos dois olhos, e quando um dos olhos capta uma imagem que é de baixa qualidade e é diferente da melhor visão obtida, ele prioriza o olho melhor e o pior não se desenvolve completamente, e se não houver a correção antes da idade escolar, há a perda da visão apesar de estruturalmente o olho ser normal.

A ptose é outro problema que pode causar ambliopia, se a queda da pálpebra for suficiente para cobrir a pupila do olho afetado. Pode ser de origem congênita ou em decorrência de trauma durante o parto ou alguma inflamação. Outras doenças mais raras podem levar a cegueira, como a catarata congênita, comum em mães que contraem rubéola durante a gestação; a retinopatia da prematuridade que acomete crianças que ficaram longo tempo em incubadoras; e uma das doenças mais sérias é o retinoblastoma, um tumor que pode ser tratado com cura na fase inicial, mas pode levar a morte se não tratado.

Crianças geralmente não percebem que enxergam mal, pois não sabem se sua visão é normal. Muitas vezes uma simples foto nos dá pistas valiosas sobre os olhos, seja se estão tortos ou se possuem um brilho ou reflexo diferente do normal, como no retinoblastoma e na catarata, onde o reflexo vermelho é substituído por um esbranquiçado. A visita a um oftalmologista nos primeiros meses de vida é suficiente para identificar e tratar estas doenças e estabelecer um plano de visitas que garanta um desenvolvimento saudável da visão.

 

Dr. Marco Antonio Olyntho

CREMESP 92737

Médico Oftalmologista pela Associação Médica Brasileira e Conselho Brasileiro de Oftalmologia

Especialista em Glaucoma pelo Hospital das Clínicas - Universidade de São Paulo

Membro da American Academy of Ophthalmology

marco@olyntho.med.br

www.olyntho.med.br

São José do Rio Preto - SP



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